sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Espaço aos Espíritas


O RELATOR Nr 03 – Goiandira - 17/Fev/2010

“Quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao teu Pai em segredo; e teu Pai, que vê num lugar oculto, recompensar-te-á.”

NÃO SEI ORAR

Não me sinto bem orando, principalmente tendo todas as atenções voltadas para minhas palavras. Não tenho domínio com as palavras faladas do mesmo modo que lido com as palavras escritas. Sinto um forte bloqueio. Vai ver porque costumo falar muita besteira, um humor exagerado ainda sem cura.

Numa vida inteira quase toda católica eu me valia das Ave-Marias e Pai-Nosso horas a fio, mas no Espiritismo, a cada instante, um novo e surpreendente louvor é entoado ao Cordeiro e seus auxiliares. O ambiente fica atento em todos os planos. Um camarote celestial se compadece.

Também ainda não aprendi ficar o tempo todo com os olhos fechados. Meu instinto escritor fica vagando, analisando, corrigindo palavras e não sereno o coração como pedido.

Dá um frio quando alguém me “empurra” esta, ainda, batata quente da oração inicial ou final. Não agrado a mim, acho que ao próximo e até imagino que a espiritualidade fazendo chacotas. Um dia chego à vibração correta. Treino, amigos e o tempo, remédio de todos os males, deverão me curar. Eu brinco muito com as palavras, por isto que tenho medo delas. Praga de língua felina!
Também não sei cantar hinos, nem nada. Sou desafinado e desprovido de memória das letras. Muito pouco neste campo há de se esperar de mim. Quem sabe um refrão. Se o embalo conta com alguma coreografia, pronto, até mesmo para as mais simples eu não disponho de coordenação motora.

Nenhuma dessas habilidades exige apego de estudo ou algum conhecimento acima da média, mas eu estou fora. Ainda bem que fomos dotados de dons variados. Tenho outros.

O homem simples que enche o filtro de água no Centro, quando ora, deixa-me de boca aberta. A trabalhadora lúcida consegue elevar-me até onde nunca pisei com suas palavras bem colocadas, específicas e sonoras. A Luz, outra amiga, sabe tanto orar quanto fazer doce – aprecio os dois. Invejo-os todos.

Existe uma pessoa que eu sinto um bem danado ao tê-la na minha equipe, pois é uma sentinela de vigília. Chamo-a de Dona Oraí – ora aí.

Acho que é o som que me atrapalha, tanto ausente como presente: Ore por mim!

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