quinta-feira, 18 de outubro de 2012

DROGA DE JOVEM




COVEIRO DO SEU FUTURO

         Eu não acredito na força motriz dos jovens para ações caritativas ou de qualquer monta. É fogo de palha que nem brasas deixam. Talvez o escotismo com o lema “Sempre alerta” e uma consciência de se fazer, pelo menos, uma boa ação ao dia, traduzida em atitude, coloque nos jovens o conceito real de social, crescimento próprio e de solidariedade.
         De um dia para ouro o jovem consegue arrebanhar uma multidão de afins para uma balada e dinheiro suficiente para a esbórnia, mas em busca de um ideal qualquer fraquejam ou não se interessam.
         Criar filhos tornou-se tarefa muito parecida como criar gatos. São uns comem e dormem incompreendidos, saem fortuitamente com dificuldade de arrebanhar, se metem em encrencas e sempre com as garras afiadas contra o mais próximo.
         A proteção demasiada, por exemplo, de não se trabalhar até os dezesseis anos, os tornam indolentes e preguiçosos, prontos pra não trabalharem nunca.
         Este sistema educacional que não aprisiona os incapazes por muitos anos na mesma série acaba por fornecer profissionais iletrados neste jogo de empurra-empurra. Assinalar questões com “x” pode levar qualquer um à melhor universidade sem, no entanto, atestar que o assinalador seja o melhor. O tão almejado curso superior virou comércio e nada mais é que um status que pouco acrescenta na evolução mundana.
         Até a tapa de amor materno, tão necessário nos limites da vida, transformou-se em desumanidade de alto grau.
         Algum ou outro jovem, mais exceção que regra, aprimora sua vida e seu caráter em algum movimento de igreja, mas também se alienam na religião e não gozam moderadamente na almejada vida em abundância. São uns supostamente salvos, porém convictos, mas que não vão aos porcos para resgatar o irmão pródigo afundado no mar de lama dos prazeres múltiplos patrocinados pelo consumismo de drogas de toda espécie. O Cristo Salvador se misturava aos necessitados.
         Pais surpresos, que na acompanharam devidamente a formação do seu maior tesouro, o filho extrovertido e esperto, condenam o mundo sem fronteiras.
         Cursos gratuitos de formação técnica profissional se esparramam pelo chão, mas os “querem tudo de mão beijada” não vão nem por causa do lanche ou do recreio.
         São deuses numa poltrona que, na tarefa árdua do clique ou no bate-papo dos bares, vão conquistando a virtualidade e a trivialidade que tem muito mais olhos ou ilusões jogados em tela do que novos rumos para a humanidade.
         Na minha infância eu enfrentei muitas dificuldades, mas tais me proporcionaram contorto para a velhice e moldaram meu comportamento junto aos meus filhos. Trabalhei até como empregado doméstico, mas com muita alegria. Hoje os jovens não arrumam a cama em que muito dormem e nem lavam o prato em que muito comem. O que mais dói são os pais os acharem fofos e a perfeição que Deus lhes deu.
         Jovem, reaja afinal você não está numa ilha da fantasia e pode ser o coveiro do seu futuro.